terça-feira, 31 de março de 2009

"O Meu Jornal Diário"

Colunista do New York Times, Nicholas Kristof mostra uma interessante visão sobre o acesso a informações pela internet ao invés do jornal.

***********

Folha de São Paulo, 29/03/09

O meu jornal diário
Ao contrário do jornal, internet nos leva a buscar ideias afins às nossas e vai nos isolar ainda mais em nossas câmaras políticas hermeticamente fechadas

NICHOLAS D. KRISTOF DO "NEW YORK TIMES"

Alguns dos obituários mais recentes não estão saindo nos jornais, mas são dos jornais. O "Seattle Post-Intelligencer" é o mais recente a desaparecer, excetuando um resquício de que vai existir só no ciberespaço, e o público está cada vez mais buscando as notícias que consome não nas grandes redes de televisão ou em fontes impressas em tinta sobre árvores mortas, mas em suas incursões on-line.

Quando navegamos on-line, cada um de nós é seu próprio editor, o guardião de sua própria entrada. Selecionamos o tipo de notícias e opiniões de que mais gostamos. Nicholas Negroponte, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), chamou a esse produto noticioso emergente "O Meu Jornal Diário". E, se isso for uma tendência, que Deus nos salve de nós mesmos.

Isso porque existem provas bastante convincentes de que, em geral, não desejamos realmente informações confiáveis, e sim as que confirmem nossas ideias preconcebidas. Podemos acreditar intelectualmente no valor do choque de opiniões, mas na prática gostamos de nos encerrar no útero tranquilizador de uma câmara de ecos. Um estudo clássico enviou despachos a republicanos e democratas, oferecendo-lhes vários tipos de pesquisas políticas, ostensivamente de uma fonte neutra. Os dois grupos mostraram mais interesse em receber argumentos inteligentes que corroborassem suas ideias preexistentes.

Também houve interesse mediano em receber argumentos tolos em favor das posições do outro partido (nós nos sentimos bem quando podemos caricaturar os outros). Mas houve pouco interesse em estudar argumentos sólidos que pudessem enfraquecer as posições anteriores de cada um. Essa constatação geral foi repetida muitas vezes, como observou o autor e ensaísta Farhad Manjoo em 2008 em seu ótimo livro "True Enough: Learning to Live in a Post-Fact Society" [Verdade Suficiente: aprendendo a viver numa sociedade pós-fatos].

Permita que deixe uma coisa clara: eu mesmo às vezes sou culpado de buscar verdades na web de maneira seletiva. O blog no qual busco análises sobre notícias do Oriente Médio frequentemente é o do professor Juan Cole, porque ele é inteligente, bem informado e sensato -em outras palavras, frequentemente concordo com ele. É menos provável que leia o blog de Daniel Pipes, especialista em Oriente Médio que é inteligente e bem informado -mas que me parece menos sensato, em parte porque frequentemente discordo dele.

Segregação
O efeito do "Meu Jornal" seria nos isolar ainda mais em nossas câmaras políticas hermeticamente fechadas. Um dos livros mais fascinantes de 2008 foi "The Big Sort: Why the Clustering of Like-Minded America is Tearing Us Apart" [A grande classificação: porque a divisão da América em agrupamentos de ideias iguais nos está dividindo], de Bill Bishop. Ele argumenta que os americanos vêm se segregando em comunidades, clubes e igrejas onde são cercados por pessoas que pensam como eles.

Hoje, diz Bishop, quase metade dos americanos vive em condados que votam por maioria avassaladora em candidatos democratas ou republicanos.Nos anos 60 e 70, em eleições nacionais igualmente disputadas, só cerca de um terço dos eleitores vivia em condados que apresentavam maiorias avassaladoras nas eleições. "O país está ficando mais politicamente segregado -e o benefício que deveria advir da presença de uma diversidade de opiniões se perde para o sentimento de estar com a razão que é próprio dos grupos homogêneos", escreve Bishop.

Um estudo que abrangeu 12 países concluiu que os americanos são os que demonstram menos tendência a discutir política com pessoas de visões diferentes, e isso se aplica especialmente aos mais bem instruídos. Pessoas que não concluíram o ensino médio tinham o grupo mais diversificado de pessoas com quem discutiam ideias. Já as que tinham concluído a faculdade conseguiam colocar-se ao abrigo de ideias que lhes eram incômodas.

O resultado disso é a polarização e a intolerância. Cass Sunstein, professor de direito em Harvard que agora trabalha para o presidente Obama, fez uma pesquisa que mostrou que, quando progressistas ou conservadores discutem questões como ação afirmativa ou mudanças climáticas com pessoas que pensam como eles, suas ideias rapidamente se tornam mais homogêneas e mais extremas que antes da discussão. Em um estudo, alguns progressistas inicialmente temiam que as ações para enfrentar as mudanças climáticas pudessem prejudicar os pobres, enquanto alguns conservadores inicialmente se mostravam a favor da ação afirmativa. Mas, depois de discutir a questão durante 15 minutos com pessoas que pensavam como eles, os progressistas se tornavam mais progressistas, e os conservadores, mais conservadores. O declínio da mídia noticiosa tradicional vai acelerar a ascensão do "Meu Jornal"; vamos nos irritar menos com o que lemos e veremos nossas ideias preconcebidas confirmadas com mais frequência. O perigo é que esse "noticiário" autosselecionado aja como entorpecente, mergulhando-nos num estupor autoconfiante por meio do qual enxergaremos as coisas em preto e branco, sendo que os fatos normalmente se desenrolam em tons de cinza.

Qual seria a solução? Incentivos fiscais para progressistas que assistam a Bill O'Reilly [comentarista do canal conservador Fox News] ou conservadores que vejam Keith Olbermann [âncora do canal progressista MSNBC]? Não -enquanto o presidente Obama não nos dá o atendimento médico universal, não podemos correr o risco de um aumento grande no número de infartos. Então talvez a única maneira de avançar seja que cada um se esforce por conta própria para fazer uma malhação intelectual, enfrentando parceiros de discussão cujas opiniões deploramos. Pense nisso como uma sessão diária de exercícios mentais análoga a uma ida à academia: se você não se exercitou até transpirar, não valeu. Agora, com licença. Vou ler a página de editoriais do "Wall Street Journal".

Brunna e Laura

domingo, 29 de março de 2009

Hora de Mudanças para o Jornal Impresso

"Os jornais vivem dias complicados. O custo de impressão é alto, os leitores mudam de hábitos - cada vez mais apegados ao computador, notebook e smartphone - e a revolução dos anúncios na internet reduziu os ganhos das publicações impressas.". O trecho acima foi publicado na matéria "No papel ou na tela?", de 26/03/09 da Revista da Semana. O assunto reportado não poderia estar mais sintonizado com a última aula de Laboratório.

Além do grande custo de produção e distribuição, o problema mais discutido que o jornal vem enfrentando é a instantaneidade dos outros meios de comunicação. Rádio, televisão e, principalmente, a Internet, são meios que podem atualizar suas notícias constantemente. Desta forma, o jornal torna-se facilmente sujeito à defasagem. O leitor adquire notícias velhas. Se há erros nas informações, a correção será feita só no dia seguinte. E para um mundo globalizado na qual se vive, as 24 horas entre um jornal e outro é um período muito longo.

O importante é que fique claro que a discussão não está centrada na 'morte' do jornal, do modelo e da forma em que ele é estruturado. Mas sim, de seu formato impresso. O ciclo de vida do jornal no papel é que se encaminha para o fim. Até porque, nos dias de hoje, em que a todo instante a de se pensar no impacto ambiental, torna-se inviável (e cruel) a utilização do papel para esta finalidade, existindo atualmente outros meios de divulgação, como o 'papel digital'.
O 'papel digital', então assim designado, ainda se encontra em teste, não podendo ser adquirido em grande escala, mas é uma novidade para o jornalismo moderno. Não afeta o meio ambiente, pode ser atualizado a qualquer momento, e ainda há a possibilidade de se fazer um jornalismo mais 'pessoal'. Em meio a um fluxo tão intenso de informações (a qual nem sempre se pode selecionar o que se quer ler), seria muito interessante e útil a inovação de poder filtrar determinados assuntos, personalizando assim o jornal.

A maioria das grandes publicações já disponibiliza o seu conteúdo na Internet, algumas por meio de assinaturas, outras com acesso gratuito. Mas são poucas que fizeram a transição definitiva, ou seja, deixaram de existir na versão impressa para estar presentes apenas na rede. É o caso do jornal Seattle Post-Intelligence, citado na reportagem da Revista da Semana. O jornal fechou a edição em papel impresso após 146 anos.

O processo de mudança do jornal do papel para a tela ainda está no começo e não se concluirá de uma hora para outra. Existem gerações afeiçoadas ao jornal impresso e pouco dispostas, também, ao uso de novas tecnologias. Fora que, qualquer mudança que rompa com um hábito tão natural quanto ler diariamente as folhas de um jornal, nunca é fácil e rápida de ser realizada. Mas costumes são alterados de tempos em tempos, de acordo com o processo evolutivo da sociedade em geral, e neste caso específico, das comunicações.
Brunna e Laura

segunda-feira, 23 de março de 2009

A História da Internet em 30 Segundos

A Internet surgiu há mais tempo do que se imagina. O seu primeiro uso ocorreu em 1969 e era restrito ao meio militar, para facilitar a comunicação a longas distâncias. Mas foi só a partir de 1993 com a criação do serviço de navegação World Wide Web (o famoso 'www'), desenvolvido por Tim Bernes, é que a internet se popularizou.

Desde 1994, novos serviços foram sendo instituídos, de portais e lojas virtuais até as mais recentes "redes sociais", como Orkut, Youtube, etc.

Aproveitando o alcance e o sempre crescente interesse pela Internet, os demais meios de comunicação começaram a publicar seus conteúdos na rede. Hoje, tanto jornais como emissoras de rádio e TV estão presentes na Internet e podem ser acessados de qualquer lugar do mundo.

Facilitada pelas novas tecnologias de acesso como a banda larga e o 3G, a Internet se consolidou como um forte meio de comunicação, cada vez mais presente na vida das pessoas e se tornando, para muitos, indispensável.

Brunna e Laura

Apresentação

Olá!
As autoras deste blog são estudantes de Jornalismo da Famecos, do período matutino, da PUCRS. O objetivo é acompanhar a disciplina de Laboratório de Jornalismo e relatar os assuntos referidos em aula.
-------------------
Rápido perfil:
Brunna Lanz Weissheimer
17 anos. Nasceu em Tubarão/SC, cresceu em Araranguá/SC e atualmente reside em Porto Alegre. Escolheu Jornalismo por ser um curso completo, em que há possibilidade de contato com todos os segmentos da sociedade.

Laura D'Angelo
Nasceu em Porto Alegre e tem 25 anos. Já cursou duas faculdades, Turismo e Musicoterapia, mas não as finalizou. Escolheu o Jornalismo porque é um curso abrangente e dá diversas opções de trabalho na área de comunicação.

Brunna e Laura